
Neste Dia dos Professores (15 de outubro de 2025), enquanto as salas de aula ficam vazias, a maioria dos brasileiros segue a rotina normal de trabalho – o que gera dúvidas e frustração. A data, celebrada em todo o país, não é feriado nacional; é um feriado escolar que beneficia apenas estudantes, docentes e funcionários das instituições de ensino. Mas quem realmente descansa? E quantos feriados ainda restam no calendário de 2025? Vamos entender o que o Decreto Federal nº 52.682 de 14 de outubro de 1963 determina e como as diferentes redes de ensino aplicam a medida.
No 15 de outubro de 1827, Dom Pedro I, Imperador do Brasil sancionou a lei que criou as primeiras escolas elementares do país, inaugurando, simbolicamente, o que hoje celebramos como o Dia dos Professores. Décadas depois, em 1947, o Samuel Becker, professor e ativista da educação de São Paulo, propôs transformar a data em uma pausa oficial no calendário letivo, para que os docentes pudessem refletir sobre o semestre em curso. Essa proposta nunca se converteu em lei federal, mas influenciou o que o Decreto de 1963 definiu: apenas o âmbito escolar tem direito ao descanso.
Segundo o Decreto Federal nº 52.682, o Dia do Professor é um feriado apenas para professores, funcionários das escolas e estudantes. Isso significa que hospitais, delegacias, supermercados e bancos permanecem abertos. A própria Gazeta do Povo reforçou em matéria de 15/10/2025 que ‘a data não aparece na lista oficial de feriados e pontos facultativos nacionais de 2025’. Veja como isso se traduz na prática:
As redes estaduais (Rede Estadual de Ensino (REE)) e municipais (Rede Municipal de Ensino (Reme)) suspendem as aulas no dia 15, mas a continuidade varia. Nas escolas municipais, a semana restante – quinta e sexta – costuma ser dedicada a atividades não presenciais, como aulas a distância ou projetos. Já nas estaduais, o calendário volta ao normal já na quinta‑feira, 16 de outubro, e inclui um sábado letivo em 18 de outubro, reservado ao "Dia da Família & Escola".
O Governo Estadual de Mato Grosso do Sul publicou, em 17 de janeiro de 2025, sua lista de pontos facultativos. Curiosamente, o Dia dos Professores não está entre eles, o que reforça a distinção entre feriado escolar e ponto facultativo estadual.
Com cerca de 2,5 milhões de professores na educação básica – número divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) no Censo Escolar de 2023 – a folga tem grande peso sociocultural. Para os docentes, o descanso permite reorganizar planos de ensino e cuidar da saúde mental, algo defendido pelos próprios sindicatos. Por outro lado, comerciantes reclamam da queda de movimento em lojas próximas a escolas, principalmente em cidades onde o comércio depende do fluxo diário de estudantes.
Os serviços essenciais continuam operando, o que garante que a população não enfrente interrupções em saúde ou segurança. Contudo, relatos de trabalhadores de escolas particulares indicam que alguns estabelecimentos optam por manter portas abertas para receber pais que desejam resolver questões administrativas, gerando uma “segunda jornada” de trabalho informal.
Após o Dia dos Professores, ainda restam quatro feriados nacionais em 2025:
Os dois últimos caem em quintas‑feiras, o que abre margem para que empresas e órgãos públicos adotem ponto facultativo nas sextas‑feiras subsequentes, criando assim a famosa “emenda”. Algumas companhias já anunciaram que farão a ponte de 26 de dezembro, permitindo um fim de ano prolongado. No estado de Mato Grosso do Sul, os próximos pontos facultativos são 21 de novembro (Dia do Servidor Público), 24, 26 e 31 de dezembro (vésperas de Natal e Ano Novo).
Especialistas em política educacional apontam que manter o Dia dos Professores como feriado escolar ajuda a preservar o foco no calendário letivo, evitando descuidos nos períodos de avaliação. Júlia Mendes, professora‑pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), comenta que “a pausa permite que as escolas revisem metas e que os professores se preparem para os desafios do segundo semestre”. Por outro lado, economistas alertam que o volume de feriados pode impactar a produtividade nacional, principalmente quando surgem em sequência.
A legislação considera feriado apenas para professores, funcionários de instituições de ensino (desde coordenadores até auxiliares) e estudantes matriculados. Todos os demais servidores públicos e trabalhadores do comércio continuam com expediente normal.
Nas escolas estaduais, as aulas retomam na quinta‑feira, 16 de outubro, e incluem um sábado letivo em 18 de outubro para atividades de integração família‑escola. Nas escolas municipais, a semana segue com atividades não presenciais (aulas a distância, projetos ou avaliações) até a volta ao calendário regular.
Faltam quatro feriados: Finados (02/11), Proclamação da República (15/11), Dia da Consciência Negra (20/11) e Natal (25/12). Como os dois últimos caem em quintas‑feiras, muitas empresas costumam abrir ponto facultativo na sexta‑feira subsequente, gerando um feriado prolongado.
O impacto direto é limitado, já que o comércio e os serviços permanecem abertos. Porém, nas cidades com grande concentração de escolas, há queda pontual nas vendas de lanchonetes e livrarias próximas às instituições de ensino. Para o setor público, o custo da folha de pagamento dos docentes é mantido, mas não há acréscimo de gastos de expediente.
Muitos pais aproveitam para programar atividades culturais ou resolver pendências burocráticas nas escolas. Já parte da população reclama da perda de sentido de disciplina nos estudantes que, de repente, têm duas dias seguidos sem aulas. Em geral, a reação varia conforme a região e o grau de valorização da profissão docente.
Sou uma jornalista especializada em notícias com uma paixão por escrever sobre tópicos relacionados às notícias diárias do Brasil. Gosto de manter o público bem informado sobre os acontecimentos atuais. Tenho anos de experiência em redação e reportagem.
Escreva um comentário