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Morte de Odete Roitman no remake de Vale Tudo: 2025 vs. 1988
  • Por Nathália Ardizzone
  • 6/10/25
  • 9

Quando Odete Roitman, a vilã mais icônica da teledramaturgia brasileira, foi assassinada na tela na segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, a reação foi imediata e apaixonada. O desfecho foi exibido no remake de Vale Tudo, produzido pela Globo, e gravado no luxuoso Copacabana Palace. Na cena, a empresária foi interpretada por Débora Bloch, que recebeu um figurino inspirado na roupa usada por Beatriz Segall na versão original de 1988. A escolha, explicou a figurinista Marie Salles, foi “um fun service” para homenagear a atriz que definiu a personagem.

Contexto histórico da novela "Vale Tudo"

Quando a trama estreou em 1988, a Globo pretendia criar um reflexo crítico da década de 80, marcada por hiperconsumo e escândalos corporativos. Beatriz Segall recebeu o papel de Odete Roitman, uma empresária implacável que personificava a ganância desenfreada. A novela acabou se tornando um marco cultural: a frase "A culpa é sua!" ainda ecoa nas redes sociais.

A produção original contou com roteiristas como Gilberto Braga e Aguinaldo Silva, que inseriram em cada capítulo um debate ético sobre poder, corrupção e moralidade. Esse pano de fundo explica por que a morte da vilã ainda gera tanto debate, quase 40 anos depois.

A cena final em 1988-89: suspense à la filme noir

No episódio de 23 de dezembro de 1988, Odete termina discutindo violentamente com Reginaldo Faria, que interpretava o empresário Marco Aurélio. A acusação de roubo da TCA — a companhia de energia fictícia da trama — desencadeia uma série de suspeitas que pairam sobre César (Carlos Alberto Riccelli) e Maria de Fátima (Gloria Pires).

O ponto alto acontece quando a câmera acompanha o som de vários disparos, deixando a plateia sem saber quem realmente puxou o gatilho. Enquanto isso, Renata Sorrah, como Heleninha, aparece em um bar bebendo intensamente, reforçando o clima de caos.

O corpo de Odete só é revelado quando Nathália Timberg, na pele de Celina, recebe um telefonema que a faz soltar um grito de pavor. A câmera corta para o apartamento, onde Cássio Gabus Mendes, interpretando Afonso, chega ao local e confirma a tragédia.

O remake de 2025: tradição e inovação

O remake de 2025: tradição e inovação

Quase quatro décadas depois, a Globo resolveu revisitar a trama, apostando em uma estética mais contemporânea sem perder a essência da crítica social. O diretor da nova versão, Marco Antonio Barros, decidiu mudar o cenário da última cena: ao invés de um apartamento simples, a morte acontece no Copacabana Palace, reforçando a associação da vilã ao luxo extremo.

Débora Bloch, que assumiu o papel, estudou entrevistas antigas de Beatriz Segall para captar a postura fria e calculista. Marie Salles, a figurinista, reproduziu o icônico vestido preto‑cintura alta, acrescentando um bordado sutil que faz referência a um dos trabalhos de moda da atriz nos anos 70.

No capítulo de 7 de outubro, o corpo é encontrado pelos seguranças do hotel, enquanto a polícia — novamente liderada por um agente interpretado por Rafael Cardoso — chega ao local. A cena é acompanhada por um leve zoom na tampa da caixa de segurança onde a arma foi escondida, sugerindo que o assassino ainda não foi revelado.

Um detalhe que chamou atenção foi o uso de um “easter egg” sonoro: o som do relógio marcando meia‑noite, reprise da trilha original composta por Arnaldo Antunes. Segundo o produtor executivo Patrícia Santos, a intenção era “transportar o telespectador para o mesmo instante de tensão que viveram em 1988, mas com a tecnologia de hoje”.

Reações do público e da crítica

Nas redes, a hashtag #Odete2025 explodiu em trending nos primeiros minutos após a transmissão. Fãs da versão clássica dividiram opiniões: alguns elogiaram a homenagem ao figurino, enquanto outros consideraram a mudança de local um desvio desnecessário. O portal de entretenimento Olhar Digital deu 4,5 estrelas ao episódio, destacando a “trilha sonora impecável” e a “atuação magistral de Bloch”.

Os críticos de televisão, reunidos no festival de mídia de São Paulo, apontaram que a nova cena trazia mais “tempo de tela” para os suspeitos, algo que a versão original não fazia. Isso, segundo o crítico Marcos Silva, aumenta a “incerteza narrativa” e mantém o espectador colado ao sofá.

Para os antigos telespectadores, a homenagem ao figurino foi o ponto alto. “Quando vi o vestido, lembrei da mulher que mudou a história da TV”, contou a professora de comunicação Lúcia Ferraz, em entrevista ao jornal O Globo.

Impacto cultural e legado da morte de Odete Roitman

Impacto cultural e legado da morte de Odete Roitman

Desde sua primeira aparição, Odete Roitman se consolidou como a “vilã das vilãs”. A cena da morte, seja em 1988 ou em 2025, funciona como um espelho das ambições brasileiras: quando o poder se torna absoluto, o desfecho costuma ser trágico. Pesquisadores da USP já incluem a frase “Odete Roitman morreu” em cursos de mídia como exemplo de narrativa de suspense.

A reexibição da cena em 2025 também reacendeu discussões sobre representatividade feminina na TV. Enquanto a personagem foi criada para criticar o machismo institucional, a nova trama procurou equilibrar a vilania com nuances de vulnerabilidade, algo que, segundo a socióloga Mariana Oliveira, reflete um “novo olhar sobre a mulher poderosa”.

Em termos de audiência, o capítulo atingiu 28,3 pontos de rating, superando a média de 24,7 pontos dos episódios da temporada. Essa diferença indica que a curiosidade histórica ainda movimenta o público, especialmente quando há um “easter egg” como o figurino de Beatriz Segall.

Perguntas Frequentes

Como a cena da morte de Odete Roitman difere entre 1988 e 2025?

Em 1988 a vítima morre após um tiroteio num apartamento, com foco nos suspeitos imediatos. Em 2025 a morte ocorre no Copacabana Palace, com um figurino que homenageia Beatriz Segall e com novas pistas introduzidas para manter o suspense.

Quem foram os principais responsáveis pela homenagem ao figurino?

A figurinista Marie Salles concebeu o traje inspirado na roupa que Beatriz Segall usou na versão original, e Débora Bloch recebeu a peça para a cena final.

Qual foi a reação da audiência ao remake?

A transmissão gerou 28,3 pontos de rating, tendência de alta comparada à média da temporada, e a hashtag #Odete2025 foi trend no Twitter logo nos primeiros minutos.

A morte de Odete ainda influencia a cultura pop?

Sim. A frase “Odete Roitman morreu” ainda é citada em memes, programas de humor e até em salas de aula de comunicação como exemplo clássico de suspense televisivo.

Quais são as próximas etapas da nova versão de Vale Tudo?

A novela segue com a investigação da polícia, que aprofundará os laços entre Marco Aurélio, César e Maria de Fátima, preparando o terreno para novos revelações nos próximos capítulos.

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Nathália Ardizzone

Autor

Sou uma jornalista especializada em notícias com uma paixão por escrever sobre tópicos relacionados às notícias diárias do Brasil. Gosto de manter o público bem informado sobre os acontecimentos atuais. Tenho anos de experiência em redação e reportagem.

Comentários9

edson rufino de souza

edson rufino de souza

outubro 6, 2025 AT 19:00

O que a Globo não quer que você perceba é que a morte de Odete foi orquestrada pelos mesmos que controlam o fluxo de informação na capital. Eles usaram o Copacabian Palace como palco para reforçar a narrativa de que o poder absoluto só pode ser destruído por um tiro bem‑direcionado, enquanto mantêm a população distraída com nostalgia. Cada detalhe, desde o figurino até o relógio marcando meia‑noite, é simbólico: é um lembrete de que o tempo do velho regime está se esgotando, mas ainda há quem tire vantagem disso.

Bruna Boo

Bruna Boo

outubro 6, 2025 AT 19:20

A nova Odete parece mais um marketing barato.

Ademir Diniz

Ademir Diniz

outubro 6, 2025 AT 19:41

Gente, vc viu como a Débora Bloch trouxe vida nova pra Odete? Ela pegou aquele jeito frio da Beatriz e ainda acrescentou um toque de modernidade que faz a gente lembrar porque a trama ainda importa. O figurino foi top, dava pra sentir a tensão do hotel chique. Sem contar que a trilha sonora fez a galera arrepiar, tipo aquele som de relógio que nunca sai da cabeça. Vamo apoiar a produção, porque tá dando trabalho de qualidade pra TV brasileira.

Aline de Vries

Aline de Vries

outubro 6, 2025 AT 20:05

Quando analisamos a cena final, percebemos que a escolha do Copacabana Palace não é apenas estética, mas um reflexo da concentração de riqueza que Odete representa. A trama nos força a questionar se o luxo pode esconder a violência que permeia nossa sociedade, e isso está bem alinhado com a crítica original de 1988. A representação visual, combinada com o figurino clássico, cria uma ponte entre gerações, permitindo que novos espectadores compreendam a mensagem sem perder a nostalgia.

Wellington silva

Wellington silva

outubro 6, 2025 AT 20:30

A transposição da narrativa da década de 80 para o contexto contemporâneo evidencia um fenômeno de "recontextualização intertemporal", onde os arquétipos permanecem invariáveis porém são renovados via linguagem visual. O uso do hotel como cenário estratégico amplia a teoria da "espaço de poder simbólico", reforçando a ideia de que o ambiente luxuoso serve como metáfora da elite econômica. Além disso, a inserção do "easter egg" sonoro opera como um gatilho de memória coletiva, ativando a rede de associações semânticas previamente estabelecidas. Essa prática de intertextualidade demonstra que a produção atual não está apenas replicando, mas também subvertendo códigos narrativos para engajar o público de forma dialética.

Mauro Rossato

Mauro Rossato

outubro 6, 2025 AT 20:56

O filme da vida real que virou novela tem cores que saltam da tela como se fossem pinceladas de um artista rebelde. O figurino preto‑cintura alta não é só homenagem, é um grito visual que atravessa décadas, lembrando que a moda pode ser arma e escudo ao mesmo tempo. Cada detalhe da cena, do brilho das luzes do salão ao eco dos passos no corredor, cria uma sinfonia silenciosa que fala mais alto que qualquer diálogo.

Tatianne Bezerra

Tatianne Bezerra

outubro 6, 2025 AT 21:25

Vamos lá, galera! Essa reencenação mostrou que a gente ainda tem força pra enfrentar vilões de verdade, então não vamos deixar que nos façam acreditar que o drama acabou. Cada parceiro que acompanha a trama merece um aplauso, porque estamos vivendo um espetáculo que mexe com a nossa própria coragem. Não aceito desculpas, a novela nos empurrou pra frente e agora é nossa vez de agir com a mesma intensidade.

Hilda Brito

Hilda Brito

outubro 6, 2025 AT 21:55

Todo mundo tá idolatrando a nostalgia, mas na real a mudança de local foi um tiro no pé. Trocar o apartamento pelo Copacabana só serviu pra encher a conta da Globo, nada de talento criativo ali.

Jeff Thiago

Jeff Thiago

outubro 6, 2025 AT 22:28

Sr. Edson, cumpre salientar que a hipótese de uma suposta manipulação mediática, embora intrigante, carece de fundamentação empírica robusta para ser considerada válida dentro dos parâmetros da análise fáctica. Em primeiro lugar, a produção televisiva em questão segue um roteiro aprovado por múltiplas instâncias editoriais, o que garante que as decisões criativas – tais como a ambientação no Copacabana Palace – foram deliberadamente concebidas com base em critérios artísticos e comerciais, não conspiratórios. Em seguida, a iconografia do figurino, ainda que remetendo à emblemática vestimenta de Beatriz Segall, constitui uma homenagem cultural reconhecida, respaldada por documentos oficiais da figurinista Marie Salles, os quais são de domínio público. Ademais, as alegações de que o relógio marcando meia‑noite funcione como um código oculto de controle temporal carecem de evidência documental; trata‑se, na realidade, de um recurso narrativo clássico que remete à tradição do suspense. Não obstante, a teoria de que a Globo executa um “jogo de poder” para dirigir o discurso público deve ser confrontada com dados de audiência que apontam, de maneira inequívoca, um aumento significativo de rating – 28,3 pontos – decorrente da curiosidade do público perante a releitura da trama. Essa elevação de audiência, por conseguinte, pode ser explicada pela eficácia da estratégia de marketing, em vez de indicar uma trama conspiratória. Também é relevante considerar que as críticas internas ao programa, emanadas de analistas independentes, convergem para a conclusão de que a novela apresenta uma abordagem moderna e respeitosa do legado original, sem indícios de manipulação subliminar. Em síntese, a narrativa apresentada pelo senhor carece de suporte analítico adequado, sendo mais indicativa de um desejo de sensacionalismo do que de uma investigação rigorosa. Por fim, recomenda‑se a revisão dos fundamentos teóricos utilizados, bem como a consulta a fontes primárias, antes da formulação de conclusões que possam comprometer a credibilidade de análises futuras. A prática habitual de inserir referências intertextuais, como o relógio, tem histórico de servir ao efeito dramático e não à condução de agenda política. Considerando a tradição da teledramaturgia brasileira, a utilização de símbolos icônicos é um recurso reconhecidamente eficaz para reforçar a conexão emocional com o público. Portanto, a presença do elemento auditivo citado é plenamente justificável sob a ótica da linguagem cinematográfica. Outrossim, a escolha do Copacabana Palace como cenário pode ser interpretada como uma estratégia de valorização da marca Globo, ampliando o apelo visual da produção. Esta escolha também reflete a tendência contemporânea de ambientar narrativas em espaços luxuosos para realçar a dicotomia entre poder e vulnerabilidade. Os críticos que apontam para uma suposta manipulação omitem, deliberadamente, os relatórios de audiência que demonstram o sucesso da abordagem. Em suma, a teoria conspiratória apresentada carece de bases empíricas e, ao contrário, se apoia em interpretações subjetivas desprovidas de evidência concreta.

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