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Avaí/Kindermann deixa atletas femininas com 3 meses de salários atrasados
  • Por Nathália Ardizzone
  • 10/10/25
  • 19

Quando Brendha Patrícia, meio-campista e atacante da Avaí/Kindermann, publicou protesto nas redes, a situação ficou ainda mais visível: atletas femininos com salários atrasados há três meses.

Contexto da crise financeira

O clube, que tem sedes em Caçador (SC) para a equipe feminina e em Florianópolis para a masculina, vem enfrentando dificuldades que se arrastam desde o início de 2025. Segundo reportagem da ge.globo.com, a dívida acumulada inclui quatro meses de salários para comissão técnica, três meses de vencimentos para as jogadoras e pagamentos atrasados a fornecedores e prestadores de serviço.

A falta de recursos não é novidade. Em entrevista ao ONorteOnline.com.br, fontes internas alertavam que a situação já ameaçava o desempenho em campo, com risco de greves e até desistência de partidas.

Detalhes das dívidas e seu reflexo nas atletas

O relatório de outubro de 2025 detalha a seguinte planilha de atrasos:

  • 4 meses de salários para treinadores e funcionários;
  • 3 meses de salários para atletas femininas;
  • 5 meses de pagamentos a fornecedores;
  • 6 meses de débitos com prestadores de serviço.

Para colocar em perspectiva, a equipe "Leoas" venceu todas as seis partidas da primeira fase do Campeonato Catarinense Feminino 2025, marcando incríveis 46 gols e nada sofrendo. Ainda assim, a pressão financeira cresce, pois o próximo pagamento está programado para , exatamente quando a dívida total deve subir.

Reações e protestos das jogadoras

Reações e protestos das jogadoras

Em resposta ao descaso, Brendha Patrícia enviou uma mensagem nas redes sociais em nome de todas as atletas:

"É hora do ecossistema do futebol demonstrar, na prática, que a igualdade não é apenas um discurso, mas uma realidade inegociável. Justiça e Igualdade JÁ!"

A declaração ecoou nas discussões sobre a falta de contratos formais. Grande parte das jogadoras possui acordos de prestação de serviço, e não registro em carteira (CTPS), prática que a CBF ainda não exige para clubes femininos. Isso impede que atletas recorram a mecanismos como ação judicial por atraso de pagamento ou transferência fora da janela oficial.

Comparação entre as equipes masculina e feminina

Enquanto as "Leoas" lutam contra a inadimplência, o time masculino do Avaí já recebeu um mês de salários em dia, conforme divulgado em ge.globo.com no dia 2 de outubro de 2025. Ainda assim, o clube ainda deve um mês de salários CLT, quatro meses de direitos de imagem e o prêmio do Campeonato Catarinense de 2025, que deve ser pago até . Essa disparidade evidencia um padrão de tratamento desigual entre os gêneros dentro da mesma instituição.

Perspectivas e próximos passos

Perspectivas e próximos passos

O próximo desafio está marcado para , quando acontecerá a partida de volta da semifinal contra o Marcílio Dias no Estádio Salézio Kindermann. A equipe permanece focada em campo, porém a incerteza financeira pode impactar a composição do elenco.

Quando contactados, Júlio Heerdt, presidente do Avaí/Kindermann, e Lucas Pedrozo, diretor‑executivo, não responderam às solicitações de comentário. Até o momento, não há previsão oficial de quitação das dívidas da equipe feminina.

Especialistas em gestão esportiva apontam que a solução passa por revisão dos modelos de contrato, maior transparência na administração e, sobretudo, por políticas públicas que garantam igualdade de financiamento entre as categorias. Enquanto isso, a torcida feminina acompanha cada lance como se fosse um ato de resistência.

Perguntas Frequentes

Quais são os principais motivos dos salários atrasados das atletas?

A crise decorre de uma combinação de má gestão financeira, baixa geração de receita na divisão feminina e a ausência de contratos formais que obrigariam o clube a cumprir prazos rigorosos. Sem o registro em CTPS, a CBF não impõe sanções, o que facilita o cenário de inadimplência.

Como a situação afeta o desempenho da equipe no Campeonato Catarinense?

Apesar de manter uma série invicta na primeira fase, as jogadoras afirmam que a ansiedade financeira pode gerar desgaste físico e mental. Caso o pagamento não seja regularizado, há risco de desmotivação e até de possíveis boicotes de partidas.

A CBF tem algum plano para mudar a exigência de registro nas equipes femininas?

Até o momento, a federação não anunciou alterações nos regulamentos. O debate ganha força após denúncias como a do Avaí/Kindermann, mas a mudança depende de aprovação em assembleia e de pressão de órgãos de fiscalização trabalhista.

Qual a repercussão entre torcedores e patrocinadores?

Torcedores femininos têm intensificado campanhas nas redes sociais, cobrando justiça. Alguns patrocinadores locais já sinalizaram que avaliarão a continuidade de investimentos caso o clube não regularize a situação.

O que pode acontecer se a dívida não for paga até a próxima folha de pagamento?

Além da acumulação de juros e multas, o clube pode enfrentar sanções da federação estadual, como perda de pontos ou exclusão de competições. Para as jogadoras, a falta de pagamento pode gerar ações judiciais individuais ou coletivas.

Avaí/Kindermann deixa atletas femininas com 3 meses de salários atrasados
Nathália Ardizzone

Autor

Sou uma jornalista especializada em notícias com uma paixão por escrever sobre tópicos relacionados às notícias diárias do Brasil. Gosto de manter o público bem informado sobre os acontecimentos atuais. Tenho anos de experiência em redação e reportagem.

Comentários (19)

Rafaela Gonçalves Correia

Rafaela Gonçalves Correia

outubro 10, 2025 AT 04:22

É impressionante como o Avaí/Kindermann parece estar operando nas sombras, como se houvesse uma espécie de conspiração interna que mantém as leoas à mercê de atrasos constantes.
Primeiro, há rumores de que algumas empresas relacionadas ao clube recebem pagamentos adiantados enquanto as jogadoras sofrem com salários em atraso há três meses.
Depois, surgem relatos de que investidores externos estão usando a divisão feminina como fachada para movimentar recursos ilícitos, desviando dinheiro que deveria ser destinado à folha de pagamento.
A situação se agrava quando vemos que o clube busca apoio de autoridades locais sem transparência, como se estivesse tentando encobrir algo maior.
É claro que a falta de contratos formais facilita esse tipo de manobra, permitindo que as atletas fiquem sem proteção legal.
Além disso, a própria diretoria parece dividir recursos de forma desigual, privilegiando o time masculino que já recebeu salários em dia, enquanto as leoas continuam na fila.
Não podemos ignorar o fato de que a CBF ainda não impõe sanções suficientes, criando um vácuo regulatório que amplia esses abusos.
Todo esse cenário alimenta uma sensação de alerta constante nas jogadoras, que temem que o próximo pagamento também seja atrasado.
Também há suspeitas de que alguns patrocinadores locais estejam sendo subornados para fechar os olhos diante da situação.
Os relatos das atletas nas redes sociais indicam que há um esforço coordenado para manter a situação sob sigilo, mas a verdade eventualmente vem à tona.
Os colegas de outros clubes já notaram padrões semelhantes, sugerindo que o problema pode ser sistêmico no futebol feminino brasileiro.
Enquanto isso, a pressão psicológica sobre as jogadoras aumenta, afetando seu desempenho mesmo que invictas nas partidas.
A comunidade de torcedores também tem seu papel, pois a falta de apoio pode perpetuar a negligência.
Portanto, é essencial que todos unam forças – atletas, torcedores, mídia e entidades reguladoras – para expor e corrigir essas práticas obscuras.
Somente assim poderemos garantir que a justiça e a igualdade deixem de ser meras palavras de ordem e se tornem realidade concreta.

Williane Mendes

Williane Mendes

outubro 12, 2025 AT 11:56

Ao analisar o panorama da situação, percebe-se que a falta de contratos formais impede não apenas a garantia de salários, mas também a institucionalização do reconhecimento das atletas como profissionais de alto nível.
É vital que os clubes adotem políticas de transparência que incluam relatórios financeiros trimestrais, de modo a evitar inseguranças e fortalecer a relação com a comunidade esportiva.
Além disso, a cultura de valorização das mulheres no futebol deve ser fomentada através de incentivos fiscais e apoio institucional, crucial para a sustentabilidade das equipes.

celso dalla villa

celso dalla villa

outubro 14, 2025 AT 19:29

Verdade, a galera tem que ficar de olho.

Luís Felipe

Luís Felipe

outubro 17, 2025 AT 03:02

É inadmissível que em pleno século XXI ainda haja disparidade tão gritante entre gêneros dentro da mesma instituição esportiva, especialmente quando se trata de uma entidade com tradição como o Avaí/Kindermann.
Tal prática não apenas fere princípios de justiça, como também mina o desenvolvimento do futebol feminino, que já enfrenta desafios estruturais.

Gustavo Cunha

Gustavo Cunha

outubro 19, 2025 AT 10:36

Essa situação deixa a gente com um peso no peito, ainda mais vendo a dedicação das leoas em campo.
Precisamos de mais união entre torcedores e atletas para cobrar soluções rápidas.

Fernanda De La Cruz Trigo

Fernanda De La Cruz Trigo

outubro 21, 2025 AT 18:09

Força, meninas! Vocês são exemplo de superação e determinação.
Que o clube reconheça logo o valor de vocês e cumpra com os pagamentos, porque o talento de vocês merece respeito e justiça.

Thalita Gonçalves

Thalita Gonçalves

outubro 24, 2025 AT 01:42

É vergonhoso ver que o dinheiro que deveria custear os salários das atletas femininas está sendo desperdiçado em interesses alheios.
Exigimos transparência imediata, pois a igualdade não pode ser apenas discurso.

Jocélio Nascimento

Jocélio Nascimento

outubro 26, 2025 AT 09:16

De acordo com as informações apresentadas, a situação evidencia uma clara necessidade de revisão dos processos administrativos, a fim de garantir equidade nos pagamentos entre as equipes masculina e feminina.

Eduarda Antunes

Eduarda Antunes

outubro 28, 2025 AT 16:49

Vamos manter a calma e apoiar as jogadoras, buscando soluções coletivas que possam pressionar a diretoria a regularizar os pagamentos.
É fundamental que a comunidade se una nesse momento.

Ageu Dantas

Ageu Dantas

outubro 31, 2025 AT 00:22

Estou cansado de tudo.

Thabata Cavalcante

Thabata Cavalcante

novembro 2, 2025 AT 07:56

Talvez o clube não esteja tão desorganizado assim; quem sabe é só um ajuste de fluxo de caixa que vai ser resolvido logo.

Luciano Pinheiro

Luciano Pinheiro

novembro 4, 2025 AT 15:29

Olha, a história das Leoas é incrível, mas ficar sem receber o salário é um desrespeito gigantesco.
Precisamos transformar essa indignação em ação, talvez organizando uma campanha de apoio nas redes.

Valdirene Sergio Lima

Valdirene Sergio Lima

novembro 6, 2025 AT 23:02

É imperativo que a diretoria apresente um plano de ação, com prazos e metas claras, para a quitação integral das dívidas trabalhistas, sob pena de sanções administrativas.

Ismael Brandão

Ismael Brandão

novembro 9, 2025 AT 06:36

Concordo plenamente com o ponto levantado anteriormente.
É importante que as jogadoras mantenham a confiança em seu potencial, pois o desempenho em campo pode ser um catalisador para pressionar a direção.

Andresa Oliveira

Andresa Oliveira

novembro 11, 2025 AT 14:09

Precisamos de mais clareza nas informações financeiras.

Jéssica Farias NUNES

Jéssica Farias NUNES

novembro 13, 2025 AT 21:42

É quase cômico ver um clube de grande porte falhando tão grotescamente na responsabilidade com as próprias atletas.
Se não houver uma reação imediata, estaremos testemunhando um verdadeiro escândalo de gestão.

Elis Coelho

Elis Coelho

novembro 16, 2025 AT 05:16

Na verdade, tudo isso faz parte de um esquema mais amplo de desvio de fundos que ocorre nos bastidores do futebol nacional, onde a falta de fiscalização permite que clubes perpetuem essas práticas por tempo indeterminado.

Camila Alcantara

Camila Alcantara

novembro 18, 2025 AT 12:49

É evidente que o clube tem que rever sua política de pagamentos e tratar as atletas com o mesmo respeito que os homens recebem.

Lucas Lima

Lucas Lima

novembro 19, 2025 AT 04:22

Ao observarmos a situação das Leoas do Avaí/Kindermann, percebemos que há uma série de fatores interligados que culminam nos salários atrasados, e é essencial desmembrar cada um desses componentes para compreender plenamente a gravidade do problema.
Primeiramente, a má gestão financeira do clube vem se arrastando desde o início do ano, como evidenciado pelos relatórios que apontam déficits recorrentes tanto nas áreas técnicas quanto operacionais.
Essa falta de controle orçamentário gera um efeito cascata que afeta diretamente as contas a pagar, entre elas os salários das atletas, que são tratadas como um gasto de última prioridade.
Além disso, a ausência de contratos formais, típicos de um vínculo CLT, cria uma zona cinzenta legal que permite ao clube adiar pagamentos sem incorrer nas sanções previstas em legislações trabalhistas.
Tal prática ainda se intensifica quando consideramos que a estrutura de financiamento do futebol feminino no Brasil ainda depende de recurso limitado de patrocinadores e verbas públicas, enquanto os clubes masculinos costumam contar com receitas de transmissão, merchandising e acordos corporativos mais robustos.
Quando somamos isso à disparidade de atenção da mídia, que frequentemente ignora as demandas das jogadoras, percebe‑se como as leoas ficam vulneráveis a políticas internas que privilegiam o masculino.
Outro ponto crítico é a falta de pressão eficaz por parte das entidades reguladoras, como a CBF, que ainda não impôs requisitos de registro em carteira para atletas femininas, permitindo que clubes escapem de responsabilidades trabalhistas.
Essa omissão institucional cria um vácuo que encoraja clubes a manter práticas de pagamento irregulares sem risco imediato de sanções.
Do ponto de vista social, essa situação pode gerar um efeito desmotivador nas atletas, que, apesar de manterem um desempenho impecável em campo, carregam o peso de dificuldades financeiras, o que pode comprometer, a longo prazo, a qualidade do espetáculo.
Portanto, a solução requer uma abordagem multifacetada: uma revisão dos modelos contratuais para garantir direitos trabalhistas equivalentes, a implementação de políticas públicas que assegurem financiamento adequado ao futebol feminino, e a fiscalização rigorosa da parte da CBF e das autoridades trabalhistas.
Somente com a convergência de esforços entre clube, federação, patrocinadores e torcida será possível transformar o discurso de igualdade em realidade prática, garantindo que as Leoas recebam o que lhes é devido.

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