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Avaí/Kindermann deixa atletas femininas com 3 meses de salários atrasados
  • Por Nathália Ardizzone
  • 10/10/25
  • 1

Quando Brendha Patrícia, meio-campista e atacante da Avaí/Kindermann, publicou protesto nas redes, a situação ficou ainda mais visível: atletas femininos com salários atrasados há três meses.

Contexto da crise financeira

O clube, que tem sedes em Caçador (SC) para a equipe feminina e em Florianópolis para a masculina, vem enfrentando dificuldades que se arrastam desde o início de 2025. Segundo reportagem da ge.globo.com, a dívida acumulada inclui quatro meses de salários para comissão técnica, três meses de vencimentos para as jogadoras e pagamentos atrasados a fornecedores e prestadores de serviço.

A falta de recursos não é novidade. Em entrevista ao ONorteOnline.com.br, fontes internas alertavam que a situação já ameaçava o desempenho em campo, com risco de greves e até desistência de partidas.

Detalhes das dívidas e seu reflexo nas atletas

O relatório de outubro de 2025 detalha a seguinte planilha de atrasos:

  • 4 meses de salários para treinadores e funcionários;
  • 3 meses de salários para atletas femininas;
  • 5 meses de pagamentos a fornecedores;
  • 6 meses de débitos com prestadores de serviço.

Para colocar em perspectiva, a equipe "Leoas" venceu todas as seis partidas da primeira fase do Campeonato Catarinense Feminino 2025, marcando incríveis 46 gols e nada sofrendo. Ainda assim, a pressão financeira cresce, pois o próximo pagamento está programado para , exatamente quando a dívida total deve subir.

Reações e protestos das jogadoras

Reações e protestos das jogadoras

Em resposta ao descaso, Brendha Patrícia enviou uma mensagem nas redes sociais em nome de todas as atletas:

"É hora do ecossistema do futebol demonstrar, na prática, que a igualdade não é apenas um discurso, mas uma realidade inegociável. Justiça e Igualdade JÁ!"

A declaração ecoou nas discussões sobre a falta de contratos formais. Grande parte das jogadoras possui acordos de prestação de serviço, e não registro em carteira (CTPS), prática que a CBF ainda não exige para clubes femininos. Isso impede que atletas recorram a mecanismos como ação judicial por atraso de pagamento ou transferência fora da janela oficial.

Comparação entre as equipes masculina e feminina

Enquanto as "Leoas" lutam contra a inadimplência, o time masculino do Avaí já recebeu um mês de salários em dia, conforme divulgado em ge.globo.com no dia 2 de outubro de 2025. Ainda assim, o clube ainda deve um mês de salários CLT, quatro meses de direitos de imagem e o prêmio do Campeonato Catarinense de 2025, que deve ser pago até . Essa disparidade evidencia um padrão de tratamento desigual entre os gêneros dentro da mesma instituição.

Perspectivas e próximos passos

Perspectivas e próximos passos

O próximo desafio está marcado para , quando acontecerá a partida de volta da semifinal contra o Marcílio Dias no Estádio Salézio Kindermann. A equipe permanece focada em campo, porém a incerteza financeira pode impactar a composição do elenco.

Quando contactados, Júlio Heerdt, presidente do Avaí/Kindermann, e Lucas Pedrozo, diretor‑executivo, não responderam às solicitações de comentário. Até o momento, não há previsão oficial de quitação das dívidas da equipe feminina.

Especialistas em gestão esportiva apontam que a solução passa por revisão dos modelos de contrato, maior transparência na administração e, sobretudo, por políticas públicas que garantam igualdade de financiamento entre as categorias. Enquanto isso, a torcida feminina acompanha cada lance como se fosse um ato de resistência.

Perguntas Frequentes

Quais são os principais motivos dos salários atrasados das atletas?

A crise decorre de uma combinação de má gestão financeira, baixa geração de receita na divisão feminina e a ausência de contratos formais que obrigariam o clube a cumprir prazos rigorosos. Sem o registro em CTPS, a CBF não impõe sanções, o que facilita o cenário de inadimplência.

Como a situação afeta o desempenho da equipe no Campeonato Catarinense?

Apesar de manter uma série invicta na primeira fase, as jogadoras afirmam que a ansiedade financeira pode gerar desgaste físico e mental. Caso o pagamento não seja regularizado, há risco de desmotivação e até de possíveis boicotes de partidas.

A CBF tem algum plano para mudar a exigência de registro nas equipes femininas?

Até o momento, a federação não anunciou alterações nos regulamentos. O debate ganha força após denúncias como a do Avaí/Kindermann, mas a mudança depende de aprovação em assembleia e de pressão de órgãos de fiscalização trabalhista.

Qual a repercussão entre torcedores e patrocinadores?

Torcedores femininos têm intensificado campanhas nas redes sociais, cobrando justiça. Alguns patrocinadores locais já sinalizaram que avaliarão a continuidade de investimentos caso o clube não regularize a situação.

O que pode acontecer se a dívida não for paga até a próxima folha de pagamento?

Além da acumulação de juros e multas, o clube pode enfrentar sanções da federação estadual, como perda de pontos ou exclusão de competições. Para as jogadoras, a falta de pagamento pode gerar ações judiciais individuais ou coletivas.

Avaí/Kindermann deixa atletas femininas com 3 meses de salários atrasados

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Nathália Ardizzone

Autor

Sou uma jornalista especializada em notícias com uma paixão por escrever sobre tópicos relacionados às notícias diárias do Brasil. Gosto de manter o público bem informado sobre os acontecimentos atuais. Tenho anos de experiência em redação e reportagem.

Comentários1

Rafaela Gonçalves Correia

Rafaela Gonçalves Correia

outubro 10, 2025 AT 04:22

É impressionante como o Avaí/Kindermann parece estar operando nas sombras, como se houvesse uma espécie de conspiração interna que mantém as leoas à mercê de atrasos constantes.
Primeiro, há rumores de que algumas empresas relacionadas ao clube recebem pagamentos adiantados enquanto as jogadoras sofrem com salários em atraso há três meses.
Depois, surgem relatos de que investidores externos estão usando a divisão feminina como fachada para movimentar recursos ilícitos, desviando dinheiro que deveria ser destinado à folha de pagamento.
A situação se agrava quando vemos que o clube busca apoio de autoridades locais sem transparência, como se estivesse tentando encobrir algo maior.
É claro que a falta de contratos formais facilita esse tipo de manobra, permitindo que as atletas fiquem sem proteção legal.
Além disso, a própria diretoria parece dividir recursos de forma desigual, privilegiando o time masculino que já recebeu salários em dia, enquanto as leoas continuam na fila.
Não podemos ignorar o fato de que a CBF ainda não impõe sanções suficientes, criando um vácuo regulatório que amplia esses abusos.
Todo esse cenário alimenta uma sensação de alerta constante nas jogadoras, que temem que o próximo pagamento também seja atrasado.
Também há suspeitas de que alguns patrocinadores locais estejam sendo subornados para fechar os olhos diante da situação.
Os relatos das atletas nas redes sociais indicam que há um esforço coordenado para manter a situação sob sigilo, mas a verdade eventualmente vem à tona.
Os colegas de outros clubes já notaram padrões semelhantes, sugerindo que o problema pode ser sistêmico no futebol feminino brasileiro.
Enquanto isso, a pressão psicológica sobre as jogadoras aumenta, afetando seu desempenho mesmo que invictas nas partidas.
A comunidade de torcedores também tem seu papel, pois a falta de apoio pode perpetuar a negligência.
Portanto, é essencial que todos unam forças – atletas, torcedores, mídia e entidades reguladoras – para expor e corrigir essas práticas obscuras.
Somente assim poderemos garantir que a justiça e a igualdade deixem de ser meras palavras de ordem e se tornem realidade concreta.

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