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Dubai: onde o passado encontra o futuro em uma experiência multicultural
  • Por Nathália Ardizzone
  • 24/09/25
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Quando você pensa em Dubai, a primeira imagem costuma ser o horizonte repleto de vidro e aço, mas a cidade tem muito mais a oferecer. A história aqui não começa com torres cintilantes; ela tem raízes profundas no comércio de pérolas, nas rotas de caravanas e nas noites ao redor do fogo, onde o papo de beduínos se transformava em poesia.

Da vila de pescadores ao hub global

Há pouco mais de cem anos, Dubai era um pequeno porto onde dhows chegavam carregados de tecidos, especiarias e, claro, pérolas. O soldado de ouro da economia era o salmoura, e o comércio marítimo trazia não só mercadorias, mas também costumes de Índia, África e Europa. Essa mistura foi o ponto de partida para a multiculturalidade que hoje vemos nas ruas da cidade.

Nos anos 70, o petróleo chegou como um divisor de águas. De repente, recursos ilimitados permitiram que o governo investisse em infraestrutura, educação e, sobretudo, em visão. O que antes era um cenário árido ganhou estradas, aeroportos e, em poucos anos, o chão ficou firme para arranha‑céus que hoje são referência mundial.

Mas a transformação não foi só física. O governo criou zonas de livre‑ comércio, atraiu investidores e abriu as portas para expatriados. Hoje, mais de 80% da população não é emiradense, o que faz de Dubai um verdadeiro caldeirão cultural, onde um árabe pode conversar tranquilamente com um indiano, um britânico ou um brasileiro em um café da manhã típico.

Entre o passado e o futuro: o que Dubai oferece

Entre o passado e o futuro: o que Dubai oferece

Se você quiser sentir a alma da cidade, o primeiro passo é visitar o Dubai Museum, instalado no forte Al Fahidi. Lá, telas interativas contam a jornada do deserto à metrópole, mostrando desde o trabalho de pescadores até a construção do primeiro hotel de luxo. É impossível não se emocionar ao ver objetos reais de mergulho de pérolas ao lado de maquetes de projetos futuristas.

Logo ao lado, o bairro Al Bastakiya oferece um contraste marcante. As torres de vento – os famosos “barjeel” – ainda refrescam as casas de barro enquanto turistas perambulam por vielas estreitas, repletas de galerias de arte, cafés vintage e lojas de artesanato. É o ponto perfeito para quem quer comprar especiarias no Spice Souk e, na mesma tarde, admirar o brilho das joias no Gold Souk.

Para quem prefere o espetáculo da modernidade, o Burj Khalifa não deixa dúvidas. Subir até o deck de observação é como flutuar sobre um oceano de luzes; a vista do deserto, das ilhas artificiais e da marina deixa qualquer foto irresistível. Mais ao sul, a Dubai Frame funciona como um portal que liga o velho ao novo, oferecendo uma vista panorâmica do que era e o que é.

Mas a experiência vai além da arquitetura. A hospitalidade emiradense continua viva: ser convidado para um café gahwa em um majlis tradicional ainda faz parte da etiqueta local. Servido em pequenos copos finjaan, o café tem aromas de cravo, cardamomo e um toque de açafrão – um convite silencioso à conversa.

As artes também brilham. Nas ruas de Alserkal Avenue, ateliês de artistas exibem obras que mesclam caligrafia árabe com grafite contemporâneo. O Dubai Design District (d3) sedia feiras de moda que misturam tecidos tradicionais com alta tecnologia, provando que tradição e inovação podem caminhar de mãos dadas.

Não dá para falar de Dubai sem mencionar a poesia. Nas noites de ramadã, grupos de amantes da literatura se reúnem para recitar versos de Nabati ou Al‑Taghrooda, enquanto a música Assoira ecoa nos corredores das tendas do deserto. Essa prática mantém viva a tradição oral dos beduínos, que transmitia histórias, valores e, claro, boas risadas.

Os festivais são outra forma de ver essa fusão cultural em ação. O Dubai Shopping Festival atrai milhões de turistas com descontos, shows e queima de fogos, enquanto o Dubai Food Festival coloca chefs locais lado a lado com estrelas da culinária internacional, degustando pratos que vão do tradicional machboos ao sushi de fusão.

Do ponto de vista econômico, a herança comercial ainda influencia o jeito de fazer negócios. O espírito de negociação, aprendido nas rotas de caravanas, hoje se traduz em acordos bilionários nos arranha‑céus de fins de semana. A cidade se tornou um hub logístico, com o porto Jebel Ali conectando continentes como nunca antes.

Se você ainda tem dúvidas se Dubai vale a visita, imagine um dia começando nos mercados de ouro, seguido de um almoço em um restaurante que serve tanto shawarma quanto fast‑food americano, e terminando a noite com um espetáculo de luzes nas fontes do Dubai Mall. É um roteiro que atravessa séculos em poucas horas.

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Nathália Ardizzone

Autor

Sou uma jornalista especializada em notícias com uma paixão por escrever sobre tópicos relacionados às notícias diárias do Brasil. Gosto de manter o público bem informado sobre os acontecimentos atuais. Tenho anos de experiência em redação e reportagem.

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